Precisamos urgente falar sobre a sexualidade das pessoas com deficiência. Pessoas adultas tem sexualidade e isso não seria diferente com pessoas com deficiência.
Por muito tempo, a sociedade construiu uma visão angelical em torno das pessoas com deficiência, considerando todas como seres frágeis e infantis, mas vamos começar a abordar o assunto por aqui.
Esse texto foi enviado pela Li.
Essa perspectiva infantilizada é desumanizante e limitadora promove o capacitismo (discriminação e o preconceito contra pessoas com deficiência), o que prejudica que as pessoas com deficiência explorem e expressem plenamente sua sexualidade, vivam relacionamentos saudáveis e sejam tratadas com respeito e igualdade.
Infelizmente, essa infantilização tem sido uma prática comum. Isso se manifesta em atitudes e comportamentos que tratam essas pessoas como incapazes de tomar decisões e assumir responsabilidades adultas, como formar uma família, por exemplo.
Além disso, a falta de representatividade contribui para a perpetuação desses estereótipos prejudiciais. Um exemplo disso é como a pessoa autista é representada na mídia, o estereótipo do “anjo azul” passa uma visão de que o autismo é algo exclusivo dos homens cis, e que os autistas são eternas crianças inocentes. Isso coloca todo o autismo numa caixa, ignorando a personalidade de cada indivíduo e a diversidade do espectro.
Muitos textos, filmes e séries tendem a retratar pessoas com deficiência como personagens de histórias repetitivas sobre superação, e raramente exploram suas vidas amorosas de forma autêntica. Essa ausência reforça a ideia de que PcD’s não têm desejos românticos ou sexuais.
É importante desmistificar essa visão angelical e reconhecer que as pessoas com deficiência são seres humanos completos, com desejos, necessidades emocionais e físicas.
Assim como qualquer outra pessoa, elas têm todo o direito de explorar sua sexualidade, descobrir suas preferências e ter relacionamentos íntimos, e isso deve ser representado na mídia com mais naturalidade e discutido com mais frequência no dia a dia, nas redes sociais e sites de opinião, como este!
A necessidade de trazer esse assunto para a Minha Amiga me Disse surgiu quando eu, uma mulher autista, estava procurando uma personagem que me representasse, e falasse sobre a experiência adulta no espectro, mas adivinha só? ainda não encontrei.
É frustrante, pois, quase todo autista na tv é um homem branco, genial e com pouca, ou quase nenhuma experiência amorosa, e isso não me representa.
Sou autista, e a única coisa que me aproxima da matemática é ter nascido no mesmo dia que Einstein, tirando isso, sobram apenas diversas reprovações nesta matéria.
Quanto aso relacionamentos... Já tive alguns relacionamentos pela vida e levei alguns “chifres” pra casa — nesse momento ninguém vê a gente como tão “especial” né? inclusive, não usem esse termo!.
Gosto de comprar lingeries e acessórios, como vibradores e géis pra usar sozinha ou acompanhada — já fica a dica pra você clicar ali na loja e comprar também — e adoro fazer parte de um time que fala sobre isso com liberdade e me dá espaço para me expressar! Sabe os desenhos dos posts do Instagram, as capas dos textos (tipo esse aqui) e o Kamasutra? Foi eu que fiz!
Pessoas com deficiência fazem sexo!
É, pessoas com deficiência sabem o que é namoro, sexo, masturbação, e fazem!
Dar espaço para pessoas com deficiência expressarem seus pensamentos já é um grande passo. Consumir conteúdos inclusivos, principalmente os feitos por PcD's e compartilhá-los, faz com que a gente combata o capacitismo cada vez mais, promova a representatividade e normalize assuntos que já deveriam ser normalizados!
Gostou do texto enviado pela Li? Então já compartilha para mais pessoas.
E você quer ver mais sobre esse tema? Comente neste post.
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